Recorrer a alimentos calóricos após um dia difícil é um comportamento comum, aponta reportagem do MyFitnessPal. Segundo a nutricionista Samantha Cassetty, muitas pessoas utilizam a comida para atenuar sensações como estresse, ansiedade, solidão ou tédio, prática conhecida como “alimentação emocional”.
Diferença entre fome física e emocional
Fome física surge gradualmente, costuma ocorrer algumas horas após a última refeição e provoca sinais corporais – como estômago roncando, dor de cabeça ou falta de energia. Qualquer alimento equilibrado tende a saciá-la.
Fome emocional aparece de forma repentina, está ligada a desejos específicos (por exemplo, batata frita, biscoito ou sorvete) e não cessa com opções mais simples, como uma fruta. Frequentemente leva a comer além da saciedade e pode gerar culpa ou vergonha.
Principais gatilhos
Entre os fatores que estimulam a alimentação emocional estão estresse, ansiedade, frustração, solidão, sensação de perda de controle e até celebrações. A recompensa imediata do sabor não resolve a causa do desconforto, observa Cassetty.
Por que o estresse aumenta o apetite
Quando o corpo percebe tensão, libera cortisol, hormônio que eleva o apetite, sobretudo por itens ricos em açúcar, gordura ou amido, explica a dietista Katherine Basbaum. Noites mal dormidas (menos de sete horas) também desregulam hormônios responsáveis pela saciedade, facilitando episódios de comer em excesso.
Hábitos aprendidos desde cedo
Associações formadas na infância, como ganhar um doce após uma injeção, reforçam a busca por comida em momentos de desconforto. Com o tempo, o cérebro passa a relacionar ingestão de determinados alimentos com alívio emocional.
Estratégias para quebrar o ciclo
Especialistas sugerem:
- Pausar e nomear a emoção antes de comer.
- Buscar alternativas rápidas, como caminhada curta, respiração profunda ou um chá.
- Listar atividades prazerosas – telefonar para um amigo, ouvir música, ver um vídeo engraçado – e recorrer a elas nos picos de estresse.
- Registrar refeições, humor e sinais de fome em aplicativos de monitoramento, como o MyFitnessPal, para identificar padrões e ajustar respostas.
- Manter refeições balanceadas, ricas em proteína e fibras, ajudando a diferenciar necessidade fisiológica de impulso emocional.
Embora comer para se confortar ocasionalmente seja parte da experiência humana, recorrer sempre à comida como estratégia principal de enfrentamento pode prejudicar a saúde. Observar gatilhos e construir um repertório de alternativas tende a reduzir a frequência desses episódios ao longo do tempo.